2. Eleições e desinformação: um voto de (des)confiança

Nos períodos eleitorais há um aumento da preocupação com as fontes de informação que são usadas no debate público. A partir de agora você vai entender por que as eleições são uma oportunidade bastante tentadora para quem quer atrapalhar o debate político com desinformação – e como podemos evitar isso. Vai ver como as informações compartilhadas em redes sociais podem influenciar decisões importantes, como as eleições. Por fim, pode testar na prática o que aprender, para verificar se era verdade ou não os conteúdos que circularam nas eleições de 2018.

Caramba… foi bem mals
Caramba… foi razoável
Caramba… foi muito bem

As eleições envolvem escolhas importantes: quem melhor nos representa para liderar o debate político? Mas o resultado dessa decisão depende da qualidade das informações que nós usamos na hora de avaliar nossas alternativas. Fazer essa escolha baseada em informação falsa é uma garantia de confusão e arrependimento.

Nesse quesito, não estamos sozinhos. Desde 2016, diversas votações ao redor do mundo foram acompanhadas de preocupação quanto à qualidade das informações que chegavam aos eleitores. Durante a consulta popular para verificar se o Reino Unido deveria deixar a União Europeia, informações imprecisas dificultaram o trabalho dos eleitores, que tinham que pesar os benefícios e os custos de ficar ou sair do grupo europeu.

No mesmo ano, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos acendeu o sinal amarelo sobre a força das redes sociais na influência dos votos. Foi nessa eleição que o termo fake news se popularizou, e, desde então, todo país que passa por votações importantes acaba sendo inundado por conteúdos falsos que proliferam pelas redes sociais.

Mas, por que as eleições são um momento tão crítico para a proliferação de conteúdo falso? Fake news conseguem vencer eleições?

Muita calma nessa hora. Dois pesquisadores norte-americanos publicaram um estudo avaliando o impacto de notícias falsas na eleição de Donald Trump para presidente dos EUA, em 2016. Essa pesquisa apontou que a exposição a conteúdos falsos em redes sociais pode ter tido um peso limitado, influenciando votos em uma margem pequena, inferior a 0,1%, o que não seria suficiente para alterar o resultado geral da eleição.

Nos Estados Unidos, a eleição para presidente foi definida por uma margem apertada em poucos estados, e muitas formas de combate às notícias falsas ainda estavam engatinhando. Se os pesquisadores ainda têm dificuldade para determinar se as notícias falsas influenciaram ou não na vitória de Donald Trump, isso é ainda mais difícil em eleições como as brasileiras, em que a diferença de votos entre os candidatos foi muito maior.

É difícil definir se uma mentira específica conseguiria mudar um voto, porque esse processo de decisão é bastante complexo e instável e envolve muitas variáveis. Mas não ajuda nada tomar uma decisão tão importante no meio de tanta confusão.

Ainda assim, no vale-tudo partidário, alguns atores mal-intencionados se aproveitam de um problema que acontece nas eleições: muita gente está pensando nos mesmos problemas (em quem votar?) e precisa tomar essa decisão em pouco tempo. O volume de informações é imenso, e não dá para saber tudo sobre todos os candidatos: imagine ponderar as propostas dos milhares de candidatos a deputado, senador, governador e presidente.

Então, como muitos eleitores não terão tempo suficiente para definir seu voto, entra em campo a oportunidade para quem quer tentar dar uma “ajudinha”, mostrando uma informação personalizada: esse candidato aqui vai defender um tema importante para você, ou combater algo que você odeia.

Com as redes sociais, ficou mais fácil direcionar a mensagem certa para convencer o público certo. Um candidato pode fazer uma mensagem personalizada para aposentados no interior da Paraíba dizendo que lutará contra a reforma da previdência, e outra para pequenos empresários amazonenses defendendo a flexibilização da lei trabalhista. Cada grupo tem um interesse específico, e vai se sentir representado, mesmo que essa salada de propostas pareça um pouco contraditória.

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Andrey Popov/ShutterStock Andrey Popov/ShutterStock

Esse processo é complicado pelo fenômeno de polarização ideológica que temos enfrentado nos últimos anos. Os opostos não só se odeiam, mas recusam a dialogar, e passam inclusive a selecionar suas próprias fontes de informação que se encaixem na sua ideologia, ignorando perspectivas divergentes.

Um estudo de pesquisadores da USP mostra que essas “informações de combate” acabam sendo usadas para fortalecer opiniões prévias, mas não apresentam muita abertura para crítica e acabam contaminando o debate coletivo.

Com essa radicalização, ganha mais atenção quem grita mais alto, com a informação mais absurda. Não é surpresa alguma que muitos apelem para distorções e até para a pura e simples invenção de informações para provar que seus inimigos são tão terríveis quanto seu público imagina – e que só dá para confiar mesmo em quem está do mesmo lado na disputa política.

Lógico que isso não é exclusivo do período eleitoral: um estudo dos pesquisadores da USP mostrou que o debate político on-line já está bastante tóxico há anos. Mas as eleições são um momento particularmente relevante, porque temos decisões muito importantes para fazer na hora de escolher nossos representantes políticos.

Na tentativa de evitar que informações falsas contaminassem a eleição, quase acabamos piorando tudo. Um ano antes das urnas serem abertas, durante a reforma política o Congresso brasileiro aprovou uma emenda que permitiria a remoção de conteúdos que promoveriam a “disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato”.

Parece uma boa ideia? Como bastava que alguém denunciasse o conteúdo como falso ou ofensivo para que ele fosse removido da internet, seria uma porta aberta para que todo internauta virasse um censor em potencial, atirando para todos os lados e derrubando qualquer conteúdo que ele não gostasse. A proposta foi tão desastrosa que até seu autor passou a defender que o presidente a vetasse, o que acabou acontecendo.

Notícias falsas são um problema grave, mas seu combate não pode abrir espaço para a censura generalizada. A emenda não só ia sair pior que o soneto: ia simplesmente calar toda a poesia.

Com esse tropeço inicial na mudança das leis eleitorais, a votação em 2018 parecia ter tudo para ser bastante problemática. Quem apostava na bagunça, não se decepcionou. Até a credibilidade da eleição passou a ser questionada, quando uma série de vídeos e conteúdos falsos passaram a circular acusando a urna eletrônica de fraude. A confusão foi tanta que o Tribunal Superior Eleitoral precisou lançar um site para desmentir esses absurdos ao mesmo tempo em que determinava de forma polêmica a remoção de conteúdos falsos durante a eleição.

No meio de uma campanha com lances inacreditáveis, sobrou espaço para estórias absurdas. Até o evento mais impactante da eleição – o atentado contra o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro – foi alvo de especulações e teorias da conspiração que chegavam a questionar se o ataque teria realmente acontecido. Mesmo com imagens, dezenas de testemunhas e declarações de médicos que acompanharam o tratamento, tem gente que passou meses achando que era tudo encenado!

No front do jornalismo profissional, não faltou trabalho para as já tradicionais agências de checagem de fatos, como Lupa, Aos Fatos e Truco (veja mais sobre esses conteúdos no módulo 2).

Para combater a enxurrada de desinformação, alguns veículos criaram suas próprias equipes, como o “Fato ou Fake” da Globo. Outras organizações noticiosas se juntaram para dividir os trabalhos e multiplicar seu alcance por meio do projeto Comprova.

Iniciativas educacionais (como o nosso Vaza, Falsiane!) também espalharam o alerta que não dá para confiar em qualquer notícia na internet. Mas quem produz conteúdo falso percebeu que simular o formato jornalístico podia estar muito manjado. Nessa disputa entre quem engana melhor, passaram a surgir novos formatos mais sofisticados (e bem mais toscos também) de fakes – como veremos a seguir.

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Informações falsas que circulam nas redes sociais são particularmente problemáticas durante períodos eleitorais, quando milhões de eleitores se reúnem para escolher nossos futuros representantes políticos. Mas essas notícias falsas são capazes de influenciar o resultado final das eleições? Nesse vídeo, explicamos o papel das fake news na definição do voto.

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Quem passou essas para frente, errou feio. Relembre os piores momentos das eleições de 2018 em uma galeria de imagens com (muito mais do que) 7 erros.


1 – Mamadeira pentelha
Um vídeo amador com menos de um minuto viralizou na semana anterior ao primeiro turno mostrando uma mamadeira com um bico no formato de um pênis. O narrador do vídeo dizia que esse objeto bizarro fora distribuído para escolas e creches pelo PT e seu então candidato, Fernando Haddad, com a desculpa de combater a homofobia. A denúncia, evidentemente falsa, nem especificava quais escolas seriam essas, e só mostrava um produto que pode ser comprado em sex shops – sem acesso para crianças, obviamente. Mas muita gente caiu na histeria, e em 48h o vídeo foi visto mais de 3 milhões de vezes.


2 – A falsa farsa da facada
A comoção que se seguiu ao atentado contra Jair Bolsonaro, então candidato a presidente, foi terreno fértil para muitas teorias da conspiração. À esquerda, muitos questionaram até mesmo se o atentado teria acontecido de verdade e se não seria uma simulação, um delírio que ignorava a realidade dos fatos confirmadas por inúmeras fontes médicas envolvidas no caso. À direita, surgiram montagens com a foto do responsável pelo ataque com lideranças petistas e a acusação falsa de que ele trabalharia para a campanha de Dilma Rousseff ao senado e que seria militante petista – na verdade, Adelio Bispo de Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014.


3 – Urnas fraudadas
Um vídeo falso mostrava uma urna eletrônica que supostamente completaria o número do então candidato Fernando Haddad, do PT. O vídeo manipulado sugeria que, após digitar a tecla 1, automaticamente apareceria a foto do petista, o que poderia induzir ao erro quem fosse votar em um dos outros candidatos com numeração que começasse com o mesmo algarismo – isto é, se a história não fosse completamente inventada e o vídeo, manipulado. Notícias falsas sobre as urnas foram tão frequentes que o Tribunal Superior Eleitoral passou a divulgar desmentidos para combater essa campanha de descrédito na eleição a partir de imagens falsas ou descontextualizadas.


4 – Kit gay
Desde que foi proposta, em 2011, a cartilha produzida pelo Ministério da Educação para combater homofobia passou a ser caracterizada como propaganda de opções sexuais nas escolas públicas. Com a famigerada alcunha do “kit gay”, essa história reaparece sempre que o então ministro da Educação, Fernando Haddad, se candidata a algum cargo político – apesar de ele não ter sido seu criador, a cartilha nunca ter chegado às escolas e seu conteúdo tampouco se destinava a crianças de seis anos, como muitas mensagens sugerem.

Nas eleições de 2018, uma imagem falsa manipulava a capa original da cartilha, que nunca saiu do papel, mas parece ter caído no gosto dos seus detratores. De acordo com levantamento da agência Pública, diversas contas de lideranças políticas e religiosas publicaram “denúncias” sobre o “kit gay” em redes sociais, que somaram centenas de milhares de compartilhamentos em redes sociais durante a eleição. Essas críticas chegaram até às entrevistas com os presidenciáveis na Globo, quando se tentou criticar o livro Aparelho Sexual e Cia. por fazer parte do “kit gay” nas escolas – apesar de essa obra não ser parte do projeto de combate à homofobia, e nem mesmo ter sido indicada para as bibliotecas escolares.


5 – Aeromito
Imagens alteradas digitalmente mostravam avião, helicóptero e caminhão da empresa Havan com as cores do Brasil e imensos rostos do Bolsonaro. Os veículos realmente existem e são da empresa, mas a campanha para o então candidato a presidente não foi ao ar nem saiu pelas ruas – literalmente. Os checadores que foram apurar essa história ficaram surpresos quando descobriram que as imagens foram editadas digitalmente pela própria empresa, cujo proprietário, o empresário Luciano Hang, apoiava Bolsonaro para presidente e avaliava se esse tipo de propaganda seria viável.


6 – Vestindo mentiras
Foram tantas imagens manipuladas de camisetas que fica até difícil de escolher o melhor modelo. Todos os lados acabaram sendo alvo de um processo simples de edição digital de fotografia. Flávio Bolsonaro teve fotografia falsa com dizeres contra nordestinos. Geraldo Alckmin teve uma foto antiga republicada com manipulação para parecer que apoiava o rival de seu partido no governo de São Paulo. Entre as vítimas preferenciais, a ex-candidata a vice-presidente Manuela D’Ávila apareceu com uma camiseta falsa: a foto original mostrava a frase “rebele-se”, mas alguém manipulou a imagem para aparecer “Jesus é travesti”. Manuela também foi vítima de imagens manipuladas que mudaram suas tatuagens, incluindo desenhos falsos de Lenin e Che Guevara.

Entre esses looks inacreditáveis, dava até para fazer um desfile de fake fashion.


7 – Pesquisas sob encomenda
Sobrou até para as pesquisas eleitorais. Em uma eleição com viradas surpreendentes, os institutos de pesquisa sofreram muitas críticas por seus erros. Mas também não precisava apelar. Era falsa a capa da Vejacomo o site da própria revista alertou – sobre um “escândalo” de pesquisas eleitorais com resultados comprados. A história falsa sugeria que Lula estava por trás do esquema para dar a impressão que Bolsonaro não liderava a disputa. A mentira foi compartilhada, mesmo sem fazer muito sentido, porque as pesquisas eleitorais já apontavam Bolsonaro na frente.

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Caramba… foi muito bem
Jochemy – Pixabay Jochemy – Pixabay

Muita gente caiu nessas… e até hoje não acredita no que já está mais do que provado. Você é capaz de separar o joio do trigo, entre as informações que viralizaram nas eleições de 2018? Mais importante ainda, sabe por que essas informações se tornaram um sucesso da enganação? E o que podemos fazer para não escorregar de novo nessas cascas de banana?

Milhares de eleitores se reuniram para rezar pela saúde de Bolsonaro após a facada?

Correto!

Errado!

    O problema: Vídeo mostrava uma praça cheia, com milhares de pessoas com camisas amarelas do Brasil, e era acompanhado com uma legenda identificando uma manifestação “em prol da saúde” do então candidato a presidente Jair Bolsonaro, que havia sofrido atentado dias antes. Mas o vídeo havia sido filmado meses antes do ataque, e mostrava na verdade torcedores brasileiros durante jogo da seleção contra a Sérvia, pela Copa do Mundo. Um espertinho pegou a imagem e fez uma legenda para partidarizar uma manifestação esportiva. Daí para frente, a enganação parece ter ganhado de goleada. Levantamento da Agência Lupa apontou que essa foi a imagem falsa que mais viralizou no Facebook durante o primeiro turno, com mais de 200 mil compartilhamentos pelas redes sociais. A solução: a tentação aqui é não ser levado pela onda. É o chamado “efeito manada”, que faz com que um conteúdo que está sendo reproduzido em grande volume pela internet tenha grande chance de ser replicado ainda mais. A saída aqui é não considerar que uma informação é verdadeira só porque tem milhares de compartilhamentos ou curtidas. Apesar de robôs poderem ser usados para difundir esse conteúdo artificialmente, pesquisa publicada na revista Science já mostrou que os humanos são os maiores responsáveis pela propagação de conteúdo falso como esse.
Haddad desistiu da eleição no começo do segundo turno e pediu dinheiro no lugar de votos?

Correto!

Errado!

O problema: Vídeo que circulou assim que começou o segundo turno das eleições mostrava Fernando Haddad, então candidato a presidente, afirmando que “a eleição acabou”, mas pedindo contribuições financeiras para fechar as contas de sua campanha. O vídeo era verdadeiro, mas de dois anos antes, quando Haddad perdeu a eleição para prefeito de São Paulo no primeiro turno. A informação descontextualizada podia induzir alguém mais desatento ao engano, achando que em 2018 a sua campanha também já tinha acabado. A solução: Para não se enganar, é preciso procurar o contexto das informações que recebemos. Isso é difícil no ambiente das redes sociais, quando nem sempre sabemos quem produziu a informação, quando ela foi publicada, e por quem isso passou antes de chegar ao nosso telefone. Vale verificar se essa história já não foi publicada antes e sempre checar a fonte original, prestando atenção para quando isso foi publicado e se continua valendo. Para não consumir informação estragada, fique de olho na data de validade das suas fontes de informação!    
Petistas espancaram militante do PSL com a camisa do Brasil para impedir distribuição de adesivos?

Correto!

Errado!

O problema: Uma foto mostrava um grupo com camisas vermelhas com a estrela do PT agredindo um senhor de idade, vestindo uma camisa com a bandeira brasileira. Quem passou essa imagem para frente pelas redes sociais dizia que era um ataque contra partidário de Bolsonaro que tentava colar adesivos eleitorais em veículos. Mas a imagem tinha sido manipulada: na original, clicada em 2015 durante manifestação sindical em defesa da Petrobrás, o senhor agredido estava com uma camiseta branca. Ainda que registre uma agressão grave que realmente aconteceu, a imagem foi adulterada, e não tinha nada a ver com a eleição. A solução: Esse é um caso difícil, pois embaralha fatos com mentiras, que torna mais difícil separar o joio do trigo. Vale destacar que a falsidade dessa informação específica não justifica a agressão original – ela só não pode ser sequestrada para outras finalidades políticas. Quem inventou essa história podia só lembrar o caso de violência original para criticar os militantes, mas não conseguiu resistir e “apimentou” a história, fazendo que a violência fosse interpretada como ataques contra o partido inimigo. Nesse caso vale checar se imagens semelhantes não foram publicadas antes e adulteradas para “provar” lorotas como essa – para isso, você pode usar as ferramentas de checagem de imagens que apresentamos no módulo anterior.          
Ex-presidente FHC recomendou voto em Haddad no segundo turno?

Correto!

Errado!

O problema: Meme com a foto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era acompanhado de frase supostamente atribuída a ele, dizendo que o “Brasil inteiro sabe que sempre fui rival do PT” mas "entre Haddad e Bolsonaro, vou de Haddad!". Mas, como a agência Aos Fatos verificou FHC nunca havia dito nada nesse sentido. Pela sua conta no Twitter, o ex-presidente já havia afirmado que "no Bolsonaro não voto", mas esclareceu que não se alinharia a nenhum dos candidatos no segundo turno – ou seja, não defendeu nunca voto em Haddad. A solução: Não é por acaso que imagens com frases são muito tentadoras para compartilhar. Memes são criados dessa forma para serem reproduzidos em massa. O problema é que, depois de muito passa e repassa, não se sabe mais ao certo de onde essa informação saiu, nem quem se responsabiliza por isso. Fora do período eleitoral, também chovem “citações” inspiradoras de Clarice Lispector, Luis Fernando Verissimo ou Albert Einstein – a frase pode soar bem aos seus ouvidos, mas nem sempre a autoria está certa. Para evitar esse telefone sem fio, vale checar a informação em fontes com credibilidade
Dono da Havan divulgou celular de repórter que o questionou sobre envio de mensagens?

Correto!

Errado!

O problema: É sério, muito sério – e esse é o problema. O empresário Luciano Hang publicou no Twitter o número de telefone do jornalista Ricardo Galhardo, do diário O Estado de S. Paulo. Esse repórter estava tentando entrevistar o empresário para que ele comentasse as notícias que conectariam sua empresa com o envio de mensagens políticas durante a eleição. Resultado: entre seus milhares de seguidores, alguns espíritos de porco passaram a enviar mensagens agressivas para o repórter por WhatsApp. A solução: A ideia nesse tipo de mensagem é mudar o assunto ou dissuadir novas críticas. Essa é uma forma de “trolagem” chamada “doxxing”, um tipo de intimidação que envolve a exposição de informações de alguém para, indiretamente, incentivar ou permitir ameaças ou ataques. Nesse caso, é preciso não cair na provocação nem passar esse tipo de informação particular para frente. E não adianta atirar no mensageiro: se você recebe críticas, você precisa rever o que está sendo criticado – não adianta agredir quem está criticando
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